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Como a arte dá forma à mudança cultural

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    A brilhante dramaturga, Adrienne Kennedy,
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    escreveu um livro chamado
    "People Who Led to My Plays"
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    [Pessoas que originaram
    as minhas peças].
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    Se eu fosse escrever um livro,
    chamar-se-ia,
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    "Artistas Que Originaram
    as Minhas Exposições"
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    porque o meu trabalho,
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    na compreensão da arte
    e na compreensão da cultura,
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    tem surgido
    pelo acompanhamento dos artistas,
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    por ver o que os artistas significam
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    e o que eles fazem e o que são.
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    Jay Jay em "Good Times,"
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    (Aplausos)
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    significativo para muitas pessoas, claro,
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    por causa de "dyn-o-mite,"
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    mas talvez mais significativo
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    por ser realmente o primeiro artista negro
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    em horário nobre da TV.
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    Jean-Michel Basquiat,
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    importante para mim
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    por ser o primeiro artista negro
    em tempo real
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    a mostrar-me a possibilidade de
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    quem e em que é que eu
    me estava prestes a meter.
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    O meu projeto global é sobre a arte,
  • 1:00 - 1:02
    especificamente, sobre artistas negros,
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    de uma forma muito geral
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    sobre a maneira como a arte
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    consegue modificar o modo como pensamos
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    sobre a cultura e sobre nós próprios.
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    O meu interesse é nos artistas
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    que compreendem e reescrevem a história,
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    que refletem sobre si mesmos
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    no contexto da narrativa
    do mundo maior da arte,
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    mas que tenham criado novos lugares
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    para nós para vermos e compreendermos.
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    Estou a mostrar-vos dois artistas aqui,
    Glenn Ligon e Carol Walker,
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    dois de muitos que, para mim,
    realmente levantam
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    as questões essenciais que eu quis trazer
  • 1:36 - 1:39
    como uma Curadora para o mundo.
  • 1:39 - 1:41
    Eu interessei-me pela ideia
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    de porquê e como
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    poderia criar uma nova história
  • 1:46 - 1:48
    uma nova narrativa em História da Arte
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    e uma nova narrativa no mundo.
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    E para fazer isso, eu sabia
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    que tinha de ver a maneira
    como os artistas trabalham,
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    compreender o estúdio do artista
    como um laboratório,
  • 1:59 - 2:01
    imaginem então,
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    reinventar o museu
    como um reservatório de pensamentos,
  • 2:04 - 2:07
    e de olhar para a exposição
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    como o derradeiro papel em branco,
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    fazendo perguntas,
    providenciando o espaço
  • 2:12 - 2:15
    para olhar e para pensar
    sobre as respostas.
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    Em 1994,
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    quando eu era Curadora no Whitney Museum,
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    organizei uma exposição
    intitulada "Black Male" [Homem Negro].
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    Visava a intersecção de raça e género
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    na Arte Americana contemporânea.
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    Procurava exprimir as formas
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    pelas quais a arte
    podia dar espaço a um diálogo,
  • 2:33 - 2:35
    diálogo complicado,
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    diálogo com muitos,
    muitos pontos para debate
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    e como o museu podia ser o espaço
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    para este concurso de ideias.
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    Esta exposição incluía
  • 2:45 - 2:48
    mais de 20 artistas
    de várias idades e raças,
  • 2:48 - 2:51
    mas todos olhando
    para a masculinidade negra
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    de um ponto de vista muito particular.
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    O que foi significativo nesta exposição
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    foi a maneira pela qual me envolveu
  • 3:04 - 3:07
    no meu papel como Curadora,
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    como catalisadora deste diálogo.
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    Uma das coisas que aconteceram
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    muito particularmente
    no decorrer desta exposição
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    foi ser confrontada com a ideia
  • 3:15 - 3:17
    de quão poderosas conseguem ser as imagens
  • 3:17 - 3:20
    e o entendimento que as pessoas
    têm de si mesmas e dos outros.
  • 3:20 - 3:23
    Estou a mostrar-vos duas obras,
    a da esquerda, por Leon Golub,
  • 3:23 - 3:26
    a da direita por Robert Colescott.
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    Ao longo da exposição,
  • 3:29 - 3:30
    que era contenciosa, controversa
  • 3:30 - 3:34
    e em última análise, para mim,
    uma mudança de vida,
  • 3:34 - 3:36
    na minha perceção do que a arte devia ser,
  • 3:36 - 3:39
    uma mulher veio ter comigo
    ao piso da galeria
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    para manifestar a sua preocupação
    sobre a natureza
  • 3:42 - 3:44
    de quão poderosas as imagens podiam ser
  • 3:44 - 3:46
    e como nos compreendemos uns aos outros.
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    Ela apontou para a obra à esquerda
  • 3:48 - 3:51
    para me dizer quão problemática
    era esta imagem,
  • 3:51 - 3:52
    por se relacionar, para ela,
  • 3:52 - 3:56
    com a ideia de como os negros
    tinham sido representados.
  • 3:56 - 3:58
    Ela apontou para a imagem à direita
  • 3:58 - 4:01
    como um exemplo, para mim,
    do tipo de dignidade
  • 4:01 - 4:03
    que precisava de ser retratado
  • 4:03 - 4:05
    para combater as imagens
    dos meios de comunicação.
  • 4:05 - 4:08
    Ela então atribuiu a estas obras
    identidades raciais,
  • 4:08 - 4:10
    basicamente dizendo-me
    que a obra à direita,
  • 4:10 - 4:13
    claramente, tinha sido feita
    por um artista negro,
  • 4:13 - 4:15
    a obra à esquerda,
    claramente por um artista branco,
  • 4:15 - 4:18
    quando, com efeito, era o caso oposto.
  • 4:18 - 4:20
    Bob Colescott, artista afro-americano,
  • 4:20 - 4:22
    Leon Golub, um artista branco.
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    O objetivo disso, para mim, era dizer,
  • 4:25 - 4:27
    naquele espaço, naquele momento,
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    que eu realmente, mais que tudo,
    queria compreender
  • 4:31 - 4:33
    como é que as imagens podiam funcionar,
  • 4:33 - 4:34
    como funcionavam realmente,
  • 4:34 - 4:38
    e como é que os artistas
    proporcionavam um espaço maior
  • 4:38 - 4:41
    do que o que conseguiríamos imaginar
    na nossa vida do dia a dia
  • 4:41 - 4:43
    para trabalhar totalmente estas imagens.
  • 4:43 - 4:47
    Avanço rapidamente
    e encontro-me no Harlem,
  • 4:47 - 4:50
    lar para muitos da América negra,
  • 4:50 - 4:54
    muito o coração psíquico
    da experiência negra,
  • 4:54 - 4:57
    realmente o lugar onde se deu
    toda a Renascença do Harlem.
  • 4:58 - 5:01
    O Harlem hoje, como que a explicar-se
  • 5:01 - 5:04
    e a refletir sobre si mesmo
    nesta parte do século,
  • 5:04 - 5:06
    olhando tanto para trás
    como para a frente.
  • 5:06 - 5:09
    Costumo dizer que o Harlem
    é uma comunidade interessante
  • 5:09 - 5:11
    porque, ao contrário
    de muitos outros lugares,
  • 5:11 - 5:14
    considera-se no passado, presente
    e no futuro simultaneamente.
  • 5:14 - 5:16
    Ninguém fala dele apenas no agora.
  • 5:16 - 5:19
    É sempre no que foi
    e no que pode vir a ser.
  • 5:19 - 5:21
    E, pensando nisso,
  • 5:21 - 5:24
    então o meu segundo projeto,
    a segunda questão que levanto.
  • 5:24 - 5:27
    Pode um museu ser um catalisador
    de uma comunidade?
  • 5:27 - 5:29
    Pode um museu acolher artistas
  • 5:29 - 5:32
    e permitir-lhes serem
    os agentes da mudança
  • 5:32 - 5:34
    à medida que as comunidades
    se repensam a si mesmas?
  • 5:34 - 5:37
    Este é o Harlem, na verdade
    a 20 de Janeiro,
  • 5:37 - 5:40
    refletindo sobre si mesmo
    de uma maneira maravilhosa.
  • 5:41 - 5:44
    Portanto, eu trabalho agora
    no Studio Museum no Harlem,
  • 5:44 - 5:46
    refletindo sobre as suas exposições,
  • 5:46 - 5:47
    refletindo sobre o que significa
  • 5:47 - 5:49
    descobrir a possibilidade da arte.
  • 5:49 - 5:52
    Agora, o que é que isto significa
    para alguns de vós?
  • 5:52 - 5:54
    Em alguns casos, eu sei que muitos de vós
  • 5:54 - 5:56
    estão envolvidos
    em diálogos interculturais,
  • 5:56 - 5:59
    estão envolvidos em ideias
    de criatividade e inovação.
  • 5:59 - 6:02
    Pensem no papel que os artistas
    podem desempenhar nisso.
  • 6:02 - 6:05
    Esse é o tipo de incubação e apoio
  • 6:05 - 6:08
    que viso, ao trabalhar
    com jovens artistas negros.
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    Pensem nos artistas,
    não como fornecedores de conteúdo,
  • 6:11 - 6:13
    embora eles possam ser brilhantes nisso,
  • 6:13 - 6:16
    mas. mais uma vez,
    como verdadeiros catalisadores.
  • 6:16 - 6:20
    O Studio Museum foi fundado
    no final da década de 60.
  • 6:20 - 6:22
    E menciono isto
    porque é importante localizar
  • 6:22 - 6:24
    esta prática na história,
  • 6:24 - 6:26
    olhar para 1968,
  • 6:26 - 6:28
    no incrível momento histórico que é,
  • 6:28 - 6:31
    e pensar na trajetória
    que aconteceu desde então,
  • 6:31 - 6:34
    pensar nas possibilidades que todos nós
  • 6:34 - 6:36
    temos o privilégio de ter hoje,
  • 6:36 - 6:38
    e imaginem que este museu
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    que surgiu num momento de grande protesto,
  • 6:40 - 6:43
    e que foi particularmente
    sobre o exame da história
  • 6:43 - 6:47
    e do legado de importantes
    artistas afro-americanos
  • 6:47 - 6:49
    para a história da arte neste país
  • 6:49 - 6:51
    como Jacob Lawrence, Norman Lewis,
  • 6:51 - 6:53
    Romare Beardon.
  • 6:53 - 6:55
    E então, claro,
  • 6:55 - 6:57
    para nos trazer aos dias de hoje.
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    Em 1975, Mohammed Ali
  • 6:59 - 7:01
    deu uma palestra
    na Universidade de Harvard.
  • 7:01 - 7:05
    Depois da sua palestra, um estudante
    levantou-se e disse-lhe:
  • 7:05 - 7:06
    "Dê-nos um poema."
  • 7:06 - 7:09
    E Mohammed Ali disse: "Eu, Nós."
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    Uma profunda afirmação
    acerca do individual e da comunidade,
  • 7:12 - 7:13
    o espaço no qual agora,
  • 7:13 - 7:16
    no meu projeto de descoberta,
    de reflexão sobre os artistas,
  • 7:16 - 7:19
    de tentar definir
  • 7:19 - 7:22
    o que poderia ser o movimento
    cultural artístico negro
  • 7:22 - 7:24
    no século XXI.
  • 7:24 - 7:26
    O que é que isso poderia significar
  • 7:26 - 7:28
    para os movimentos culturais
    em toda a parte neste momento
  • 7:28 - 7:32
    o "Eu, Nós" parece
    incrivelmente presciente
  • 7:32 - 7:34
    totalmente importante.
  • 7:35 - 7:36
    Para este fim,
  • 7:36 - 7:39
    o projeto específico que tornou
    isto possível para mim
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    é uma série de exposições,
  • 7:41 - 7:43
    todas intituladas com um "F",
  • 7:43 - 7:46
    Forma Livre, Frequência e Fluir.
  • 7:46 - 7:49
    que se propuseram descobrir e definir
  • 7:49 - 7:52
    os artistas jovens, negros,
    a trabalhar neste momento
  • 7:52 - 7:54
    que desejo muitíssimo
  • 7:54 - 7:57
    que continuem a trabalhar
    nos próximos anos.
  • 7:57 - 7:59
    Esta série de exposições
  • 7:59 - 8:01
    foi feita especificamente
  • 8:01 - 8:03
    para tentar questionar
  • 8:03 - 8:05
    a ideia do que significaria
  • 8:05 - 8:07
    agora, neste ponto da história,
  • 8:07 - 8:10
    ver a arte como uma catalisadora,
  • 8:10 - 8:12
    o que significa agora,
    neste ponto da história,
  • 8:12 - 8:15
    à medida que definimos
    e redefinimos a cultura,
  • 8:15 - 8:17
    a cultura negra,
    especificamente no meu caso,
  • 8:17 - 8:19
    mas a cultura, em geral.
  • 8:19 - 8:21
    Eu designei este grupo de artistas
  • 8:21 - 8:24
    à volta de uma ideia, que divulguei
  • 8:24 - 8:26
    chamada de "pós-negro".
  • 8:26 - 8:28
    Pretendi defini-los
  • 8:28 - 8:31
    como artistas que surgiram
    e iniciaram o seu trabalho agora,
  • 8:31 - 8:35
    com uma visão da história, mas começando
    neste momento, historicamente.
  • 8:35 - 8:38
    É realmente neste sentido de descoberta
  • 8:38 - 8:41
    que tenho um novo conjunto
    de questões a colocar.
  • 8:41 - 8:43
    Este novo conjunto de questões é:
  • 8:43 - 8:45
    O que é que significa, neste momento,
  • 8:45 - 8:48
    ser afro-americano nos EUA?
  • 8:48 - 8:51
    O que é que a obra de arte diz sobre isso?
  • 8:51 - 8:54
    Onde é que um museu pode existir
  • 8:54 - 8:57
    como o lugar para nós todos
  • 8:57 - 8:59
    termos esta conversa?
  • 8:59 - 9:01
    Realmente, o mais emocionante acerca disto
  • 9:01 - 9:04
    é pensar sobre a energia e o entusiasmo
  • 9:04 - 9:06
    que os jovens artistas conseguem trazer.
  • 9:06 - 9:08
    As obras deles, para mim, são sobre,
  • 9:08 - 9:10
    nem sempre, simplesmente apenas
  • 9:10 - 9:12
    acerca da inovação estética
  • 9:12 - 9:15
    que as suas mentes imaginam,
    que as suas visões criam
  • 9:15 - 9:17
    e lançam no mundo,
  • 9:17 - 9:19
    mas mais, talvez, de maior importância,
  • 9:19 - 9:21
    através do entusiasmo da comunidade
  • 9:21 - 9:24
    que eles criam, como vozes importantes
  • 9:24 - 9:27
    que nos permitirão hoje
    compreender a nossa situação,
  • 9:27 - 9:29
    assim como no futuro.
  • 9:29 - 9:32
    Eu sinto-me continuamente espantada
  • 9:32 - 9:34
    pela forma como
  • 9:34 - 9:39
    a questão da raça
    se leva em muitos lugares
  • 9:39 - 9:41
    que não imaginamos possível.
  • 9:41 - 9:44
    Eu sinto-me sempre maravilhada
  • 9:44 - 9:46
    pelo modo como os artistas estão dispostos
  • 9:46 - 9:48
    a fazê-lo no seu trabalho.
  • 9:48 - 9:50
    É por isso que olho para a arte.
  • 9:50 - 9:53
    É por isso que questiono a arte.
  • 9:53 - 9:55
    É por isso que organizo exposições.
  • 9:55 - 9:57
    Ora, esta exposição, como disse,
  • 9:57 - 10:01
    de 40 jovens artistas, com obras
    executadas ao longo de oito anos,
  • 10:01 - 10:04
    e para mim trata-se de ter
    em consideração as implicações.
  • 10:04 - 10:06
    É considerar as implicações
  • 10:06 - 10:09
    do que esta geração nos tem a dizer.
  • 10:09 - 10:12
    É considerar o que é que significa
    para estes artistas
  • 10:12 - 10:15
    encontrarem-se tanto no mundo,
    já que as obras deles viajam,
  • 10:15 - 10:17
    como nas suas comunidades,
  • 10:17 - 10:19
    como pessoas que estão a ver e a refletir
  • 10:19 - 10:22
    sobre os problemas que enfrentamos.
  • 10:22 - 10:24
    É também acerca de refletir
  • 10:24 - 10:26
    sobre o espírito criativo
    e de o alimentar.
  • 10:26 - 10:29
    E imaginem, particularmente
    na América urbana,
  • 10:29 - 10:31
    acerca de alimentar o espírito.
  • 10:31 - 10:35
    Ora, aonde é que isto talvez vá dar agora?
  • 10:35 - 10:37
    Para mim, trata-se de reimaginar
  • 10:37 - 10:40
    este discurso cultural
    num contexto internacional.
  • 10:41 - 10:43
    Assim, a última iteração deste projeto
  • 10:43 - 10:45
    chamou-se "Fluir",
  • 10:45 - 10:47
    com a ideia agora de criar
  • 10:47 - 10:49
    uma verdadeira rede
  • 10:49 - 10:52
    de artistas à volta do mundo,
    com uma visão,
  • 10:52 - 10:56
    não tanto a partir do Harlem para fora,
    mas transversalmente.
  • 10:56 - 11:00
    E "Fluir" concentrava-se em artistas
    nascidos no continente africano.
  • 11:00 - 11:03
    E porque muitos de nós pensamos
    nesse continente
  • 11:03 - 11:06
    e refletimos no seu significado
    para nós todos no século XXI,
  • 11:06 - 11:08
    comecei essa reflexão olhando
  • 11:08 - 11:10
    através de artistas,
    através de obras de arte,
  • 11:10 - 11:13
    e imaginando o que podem
    eles dizer-nos do futuro,
  • 11:13 - 11:16
    o que nos dizem acerca do nosso futuro,
  • 11:16 - 11:20
    e o que eles criam
    no sentido de nos oferecer
  • 11:20 - 11:22
    esta ótima possibilidade de observar
  • 11:22 - 11:26
    o emergir daquele continente
    como parte do nosso diálogo maior.
  • 11:26 - 11:29
    Portanto, o que é que eu descubro
  • 11:29 - 11:31
    quando olho para as obras de arte?
  • 11:31 - 11:32
    O que é que eu penso
  • 11:32 - 11:34
    quando reflito sobre a arte?
  • 11:34 - 11:37
    Eu sinto que o privilégio
    que tenho tido como Curadora
  • 11:37 - 11:40
    não é apenas a descoberta de novas obras,
  • 11:40 - 11:42
    a descoberta de obras emocionantes,
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    mas, realmente, tem sido
  • 11:43 - 11:45
    o que tenho descoberto sobre mim mesma,
  • 11:45 - 11:47
    e o que eu posso oferecer
  • 11:47 - 11:49
    no espaço de uma exposição,
  • 11:49 - 11:52
    falar sobre beleza, falar sobre poder,
  • 11:52 - 11:54
    falar sobre nós próprios,
  • 11:54 - 11:57
    e conversar e falar uns com os outros.
  • 11:57 - 12:00
    É o que me faz levantar todos os dias
  • 12:00 - 12:03
    e querer refletir sobre esta geração
    de artistas negros
  • 12:03 - 12:05
    e de artistas à volta do mundo.
  • 12:05 - 12:07
    Obrigada.
  • 12:07 - 12:08
    (Aplausos)
Title:
Como a arte dá forma à mudança cultural
Speaker:
Thelma Golden
Description:

Thelma Golden, Curadora do Studio Museum no Harlem, fala sobre três recentes exposições que exploram o modo como a arte examina e redefine a cultura. Os artistas "pós-negro" com que ela trabalha estão a usar as suas obras artísticas para provocar um diálogo sobre a raça e a cultura — e sobre o significado da própria arte.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:08
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How art gives shape to cultural change
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How art gives shape to cultural change
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How art gives shape to cultural change
Isabel Vaz Belchior added a translation

Portuguese subtitles

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